A doença

Aquisição, desenvolvimento e controle da bactéria

Contágio

O principal transmissor da bactéria no Campus “Luiz de Queiroz” é o carrapato-estrela, Amblyomma sculptum, uma das espécies que mais comumente atacam os seres humanos no estado de São Paulo. As formas jovens deste carrapato, conhecidas popularmente como micuins ou vermelhinhos, são os principais transmissores da bactéria. Note que o termo micuim também é empregado para vários carrapatos e outros ácaros hematófagos, incluindo aqueles não relacionados à Febre Maculosa Brasileira (FMB).

Os carrapatos que emergem de ovos postos por fêmeas infectadas pela bactéria já contêm este patógeno, mas carrapatos sadios podem adquiri-lo ao se alimentar do sangue de hospedeiros infectados. Quando se alimentam por um período mínimo de 4 a 6 horas, os carrapatos infectados podem inocular a bactéria em novos hospedeiros (inclusive o ser humano). A bactéria não é transmitida de pessoa para pessoa sem a participação do carrapato.

 


carrapato-estrela (fêmea)

 

Profilaxia

Atentar às placas de sinalização de alerta sobre a presença de carrapatos. Evitar caminhar, sentar ou deitar em áreas que apresentam maior risco de infestação, ou seja, lugares com histórico de ocorrência de carrapatos e visitados por seus hospedeiros principais, como capivaras e cavalos. No Campus “Luiz de Queiroz”, os locais de maior risco são Áreas de Proteção Permanente (APP's) e pastagens próximas destas.

 

Placas advertem risco de febre maculosa na Esaql em Piracicaba  (Foto: Thainara Cabral/G1)
No Campus “Luiz de Queiroz” esses locais estão sinalizados com placas indicativas. (Foto: Thainara Cabral/G1)

Caso seja necessário entrar nestas áreas, devem-se adotar os seguintes cuidados:

  • Usar macacão e botas, de preferência de cores claras, para facilitar a visualização de carrapatos. Fita adesiva pode ser usada para prender a barra do macacão à bota, dificultando a penetração do carrapato. O almoxarifado (Serviço de Material) da ESALQ, CENA ou PUSP-LQ disponibiliza esses "equipamentos de proteção individual" (EPI's), mediante solicitação de cada departamento. O macacão deverá ser tratado com repelentes antes de seu uso em campo. O tratamento pode ser solicitado à prefeitura do câmpus (pusp.lq@usp.br). A duração da proteção estende-se por várias semanas e permite ao usuário desempenhar suas atividades com segurança, diminuindo a possibilidade de ataque por carrapatos;
  • Vistoriar o EPI a cada 2 ou 3 horas à procura de carrapatos.
  • Retirado o EPI, vistoriar o corpo. Constatada a presença de carrapato na pele, retirá-lo cuidadosamente por meio de leves torções, de preferência com auxílio de uma pinça. Evitar possível contato entre o sangue do carrapato e a ferida na pele, o que poderia facilitar a transferência da bactéria.

Sintomas

A evolução da FMB é muito rápida. Por isso, recomenda-se consultar o médico o mais rápido possível ao sentir os seguintes sintomas:

  • febre moderada ou alta;
  • dor de cabeça;
  • dores musculares;
  • irritação dos olhos.

Estes sintomas podem ser confundidos com os de outras doenças, incluindo leptospirose e meningite. Por isso, é fundamental procurar uma Unidade de Saúde e relatar ao médico que teve contato com carrapatos.

No terceiro ou quarto dias, manchas avermelhadas na pele podem ser observadas, sobretudo, em torno do punho e tornozelo, passando para o tronco, rosto, pescoço, palmas das mãos e solas dos pés.

Se não tratada, a doença poderá levar à morte.

 

Tratamento

O tratamento é realizado com antibióticos específicos, que devem ser prescritos pelo médico. Deve ser iniciado assim que surgir a suspeita da doença. Novamente, é de suma importância que se mencione ao médico o contato com o carrapato-estrela.